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Direto de Bauru, sem acento. Não, não é um sanduíche nem um fumo ilícito.

Já fazia um tempo que ouvia falar da galera daqui e das coisas interessantes que rolavam na Unesp. Havia conversado com o Netinho, ou Antonio Belchior, em alguns encontros de estudantes passados e vimos que existe uma relação entre o estilo de Bauru e o de Cianorte, onde me formei, sobre visão das coisas. Então nessa ida ao Arlequinal resolvi passar e conhecer essa Bauru, de quebra entender melhor o que é o tal deusmoleque.

Pra captar isso fiz uma “entrevista” (entre aspas pq não chega a ser uma entrevista formal, e tb não ocorreu apenas em um dia, fomos conversando e a coisa rolando depois dei uma perguntada a mais só pra tapar os [opa] buracos).

O deusmoleque se enquadra no universo dos coletivos de estudantes de design, que são pessoas que se juntam para trabalhar em projetos sob uma alcunha coletiva, uma maneira de ter uma identidade maior do que a pessoal (pesquise sobre, por aqui é um bom começo). No caso do DM não foi muito diferente. Rafael Arrivabene tem várias idéias filosóficas e quer discutir e fomentar sobre a vida, o universo e tudo mais encontrando o design no processo, Netinho se liga em coletivos empreendedores e empresas junior (empresas formadas por alunos dentro das universidades) e inclusive já havia trabalhado na empresa junior da Unesp com o terceiro Deus Moleque, Pedro, que tem aspirações muito mais musicais que designeiristicas (pelo menos da maneira quadrada de pensar o design).

Ao se juntar sob um coletivo os três conseguem levar suas idéias e captar coisas interessantes para trabalhar muito mais focados no que irão aprender com aquilo, em quão divertido será e no que aquele trabalho pode contribuir para um bom portifólio. O dinheiro está longe de ser o objetivo primário, e nisso eles se mantém em outros empregos para poder sustentar o “luxo” de se trabalhar com o que gosta, mas como uma coisa puxa a outra, Pedro, por exemplo, conseguiu seu atual emprego em grande parte graças ao café tipográfico, que insandeceu o pessoal do escritório que o recrutou e de quebra está arrastando o outro companheiro Netinho para lá.

Nessa de fazer o que se gosta já organizaram algumas oficinas, balaios e laboratórios, basicamente formas de passar as idéias que eles acham relevantes para outras pessoas, o que acaba por disceminar discussões e o próprio nome do coletivo, e nessa brincadeira aparecem contatos, trabalhos e convites para participar de mesas redondas com mestres, doutores e grandes profissionais da área.

Ter algo pra dizer, falar isso por aí e ser reconhecido pelas idéias que tem.

Uma muito interessante é sobre o escambo. Uma das idéias da gurizada é receber parte ou todos os pagamentos em espécie, para assim suprir necessidades do momento ou de coisas que as pessoas possam disponibilizar para eles sem cair na armadilha do dinheiro como uma coisa que pode ser infinitamente acumulada e que assim toma conta da sua vida e de seus objetivos. Um exemplo é um trabalho em produção que será pago pela cópia da caixa de DVDs do Monty Python e diárias no hotel do cliente, imagino que todos sairão felizes.

Design além do design é outra desses caras. Um tempo atrás eles foram chamados para fazer a trilha sonora do desfile de lançamento das coleções da Chica Brasil. Nada a ver com design? Será? A marca precisava expressar em som o que propunha em vestuário, ambientação e identidade visual, tinha conceitos, objetivos, basicamente tudo que um projeto de design precisa pra começar, só pq o fruto são músicas e não peças gráficas deixa de ser um projeto? Deixa de ser pensado? Eles (e eu também) achamos que não. Daí que eles fizeram a trilha do desfile, muita gente gostou, as músicas foram usadas em outras midias e eles ainda tiveram de passar pelas dificuldades de acompanhar um desfile de biquines com modelos lindas, bebidas à vontade, petiscos e o prazer de fazer o que gosta.

E assim, entre uma festa de república numa noite de segunda com direito a banda de beatles cover, aulas da faculdade, trabalho formal, estágio, partidas de video game e videos de youtube rolam idéias, conversas e o trabalho que não dá apenas dinheiro e úlceras, dá prazer e amizade junto com o sentimento impar de estar fazendo algo em que se acredita.

Confiram.

Publicado por Fernando Galdino

Acredito que o Design pode ser muito mais do que escolher tamanho de fonte do corel e cor de acabamento. Acho q essa atividade é totalmente dispensável da vida humana, porém pode melhorar qualquer tipo de produto, serviço ou outra atividade quando aplicada ao processo (sério). Eu acredito no direito de falar o que eu penso, com as informações que eu tenho. Acredito no direito de estar errado e de assumir que não sei de muita coisa, mas tô disposto a compartilhar esse pouco com quem quiser visitar este periódico vez por outra. "No fundo no fundo... bem lá no fundo... se torna raso" Benedito Galdino

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