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Dr. Empreendedor responde II

Nome:Bianca Batista
Pergunta:

Oi Luiz!

Queria saber mais sobre as INCUBADORAS – o que são, como fazer para entrar numa, quais funcionam aqui no Rio, etc.

Resposta:

Olá, Bianca!

Pois então: pense naqueles aparelhos de maternidades feitos para dar suporte à recém-nascidos prematuros ou com problemas de saúde, que, sem os primeiros, provavelmente teriam uma chance muito grande de não sobreviver aos primeiros dias (ou semanas) de vida. Retomando a resposta da coluna anterior, incubadoras são mais ou menos a mesma coisa: entidades que visam (pelo menos a maioria) incentivar o empreendedorismo através da redução do índice de mortalidade de novos negócios. Isto acontece graças ao sistema de suporte para empresas que são criadas e desenvolvidas dentro da incubadora. Normalmente, esse suporte vem em forma de serviços compartilhados, acesso à pesquisas de mercado, consultorias especializadas e infra-estrutura física ? densecessário dizer, coisas que dão uma vantagem competitiva tremenda em relação às empresas recém-nascidas comuns, no nosso ?mundo externo?.

Para entrar em uma não é exatamente difícil ? via de regra, apesar de cada incubadora definir seus critérios de seleção, o profissionalismo com o qual os mesmos são apresentados conta muito (em outras palavras, não dá pra desperdiçar recursos com empreendedores que tem cara de quem vão abandonar o barco no primeiro sinal de problemas, certo?). Algumas têm procura alta, mas dá pra considerar a formulação do projeto (ou plano de negócio) como a primeira ?prova de fogo? do potencial empreendedor dos envolvidos (cá entre nós, a maioria dos responsáveis por incubadoras que eu entrevisto acaba desabafando uma hora ou outra sobre a má qualidade da maioria dos projetos enviados). Às vezes há algum critério secundário, também: incubadoras de base tecnológica, por exemplo, dão prioridade a empresas inovadoras (ou com grande potencial inovador). E embora a maioria não admita, há, sim, uma tendência a ?protecionismo? com projetos de empresa oriundos de acadêmicos (estudantes, pesquisadores ou professores) da própria instituição. O prazo de incubação médio costuma ser três anos. Depois disso, as empresas são soltas no nosso mercado violento-hostil-sujo-terrível-e-injusto. O índice de mortalidade de empresas incubadas é de 20%¹, enquanto o índice normal, de acordo com dados do Sebrae, é de 56% até o terceiro ano de vida². Um número ainda alto na opinião da Anprotec [http://www.anprotec.org.br/], que é quem mais estimula o movimento destas entidades no Brasil, mas ainda assim uma diferença significativa.
Existem diferentes tipos de incubadora, e a maioria são de base tecnológica ? ou seja, salvo em raríssimas exceções, não se abrem para empresas de design (que são, normalmente, prestadoras de serviços). De design mesmo são relativamente poucas no Brasil, e estranhamente suas quantidades não são proporcionais à atividade econômica das metrópoles onde estão inseridas, como é o caso das instituições de ensino ? ultra-concentradas no Sudeste, especialmente em São Paulo. No www.designbrasil.org.br há uma lista (embora um tanto incompleta) das incubadoras de design brasileiras.

Especificamente no Rio, até onde pude descobrir, há quatro incubadoras de design: ESPM, Coppe (UFRJ) [www.incubadora.coppe.ufrj.br], Instituto Gênesis (PUC-Rio)[ www.genesis.puc-rio.br] e ESDI. O Instituto Genêsis possui duas incubadoras que merecem destaque para nós: a de design de de jóias e a ?cultural & de design?. A da ESDI ainda está em processo de oficialização, mas já tem empresas ?pseudo-incubadas?, como a Fibra Design [http://www.fibra-ds.com/] que já ganhou prêmios no IF Design.

Uma última nota: estudantes e profissionais de design que não pretendem montar prestadoras de serviço (ou seja, escritórios de design comuns), dependendo da área de atuação de suas empresas, podem ter um leque ainda maior de incubadoras para se candidatar. Se a empresa em questão for de pesquisa e desenvolvimento de materiais, por exemplo, talvez seja o caso de apresentar o plano de negócios para incubadoras sociais (especialmente se os materiais envolverem design social e sustentabilidade, a bola da vez nos dias de hoje). Outro exemplo bacana: você pode montar uma empresa para tentar viabilizar comercialmente algum produto (ou linha de produtos) que você tenha projetado. Produtos industriais costumam exigir investimentos altíssimos para produção (sem falar em uma análise de risco financeiro fenomenal), e a incubadora pode ajudar a captar recursos. Se o produto apresentar uma inovação, melhor ainda. Esse é o caso da incubadora do INT [http://www.int.gov.br], que, inclusive, cita ?desenho industrial? entre os setores com os quais a empresa deve estar ?preferencialmente? relacionada.

¹dados de 2006:www.universia.com.br

²www.e-commerce.org.br

Interpretou Dr. Empreendedor Luiz Fernando Pizzani é designer pós-graduado em Gestão de Negócios, coordenador do Projeto Empreendedoragh! e consultor de empresas de design.

Também tem dúvidas? Pergunte para Dr. Empreendedor, utilizando esse formulário.

Publicado por Armando Fontes

Carioca, morando no oeste catarinense, ex-baixista, ex-míope e ex-cabeludo, que crê que atividade de design ganhará cada vez mais respeito na sociedade, quando a classe como um todo, perceber que o que fazemos está mais próximo da Economia do que da Arte. Que nosso atividade gera lixo, riquezas, transformações sociais e culturais. Gestor de marcas e identidade corporativa pela PUC-MG, Designer de produtos pela UFRJ. Editor do twitter (@design_se) que uniu forças com o Espaço.com/design em 2010. Estudioso de cervejas e homebrewer da Cerveja Vilã Autor da frase: "Minha mãe fez designer."

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