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O que é o que é?

Projeta, mas não vive de fazer desenho técnico

comunica visualmente, mas não vive de fechar arquivo de impressão pra gráfica

pesquisa cultura e comportamento, mas não passa anos em tribos indígenas?

Agora se você não entende nada de design, administração e ciências sociais ou é analfabeto funcional, por favor, pare de ler isso.

É sério, a internet é grande, vai ver um video no youtube vai.

Ainda está afim? Então vamos conversar.

Pois bem.

Muito antes de adotar o modelo de trabalho hoje conhecido como “design thinking” eu já me preocupava com o meu futuro e com o futuro de qualquer um que se forma e segue a profissão de designer, aonde isso pode te levar? Como abordei nesse post que rendeu comentários interessantes.

Ultimamente vem pipocando pessoas falando que design thinking é hype, que isso e aquilo. Eu concordo, em termos.

“Design thinking” ou o “jeito de pensar dos profissionais de design”, que como diz Roger Martin, é um cruzamento equilibrado entre pensamento analítico (focado em dados, “lado esquerdo”, prático, etc) com o pensamento intuitivo (imaginativo, “lado direito”, contemplativo, viajante, etc). Desse cruzamento saem pessoas que, basicamente, conseguem viver nas nuvens sem tirar os pés do chão. Gente que consegue ver além das barreiras de uma empresa, mercado, produto, serviço ou marca mas que tem a capacidade de entender as limitações disso tudo e desenvolver soluções ressonantes com os principais sistemas onde será instalada, que via de regra são:

A. Sociais

Como as pessoas JÁ resolvem esse problema de alguma forma? Existe em alguma outra parte do mundo algum grupo de pessoas que já teve de lidar com isso? Como Solucionaram? Nesse ponto o papel do cientista social, na minha preferência o antropólogo, é muito importante. Ele tem a capacidade de entender as relações culturais, interpessoais e mesmo individuais além do que motiva as pessoas e níveis cognitivos, emocionais e funcionais.

Ou seja, descobrir não apenas o que as pessoas querem (cof cof marketing cof cof) mas do que elas precisam, o que faz sentido na vida delas (e não na sua prancheta).

B. Mercadológicos ou de negócios

Muito legal, as pessoas querem algo, mas dá dinheiro? (antes de mandar seu comentário comunista, leia lá embaixo “Adendo Sobre dinheiro”).

Sim amigos, parece impressionante, difícil de acreditar e diria que ofende alguns, mas a marca que vc desenvolve, o produto ou seja lá o que for TEM QUE GERAR LUCRO! E antes de criticar que “o mercado não me ouve” “os empresários não entendem o que é design” VÁ VOCÊ ENTENDER COMO LIDAR COM OS NEGÓCIOS! Vá falar a língua do empresariado, pare de usar os jargões e termologias que seus professores ficaram martelando no mundinho de faz-de-conta que virou a universidade.

Vale lembrar que o valor gerado muitas vezes não é monetário direto, pode ser uma maior presença de marca, pode ser uma solução mais sustentável que leve a empresa para um caminho mais responsável, etc. mas todos esses pontos, mais hora menos hora, se pagarão na forma de um negócio mais estável, de uma maior participação de mercado ou na preferência dos cliente.

Enfim. Entenda o mundo dos negócios, se você ignorá-lo ele vai te ignorar e acho que é óbvio quem se dá mal nessa história.

C. Técnológicos

Tudo bem. É relevante para as pessoas, ou seja, há desejo, há necessidade. Dá um bom negócio, podemos gerar valor monetário com isso.

Aí vem o “engine thinking”: Dá pra fazer?

Houve um tempo em que essa pergunta vinha primeiro, hoje com maior complexidade e possibilidade as outras duas ainda são mais importantes no sentido de que a tecnologia PODE correr atrás das outras duas coisas e é muitas vezes gerada de forma mais rápida, guardadas as proporções, fácil do que os outros dois pontos.

“Ah, mas em vários casos a tecnologia vem primeiro, mimimi” Sim, a Apple prova isso, mas também gera vários problemas e empresas guiadas APENAS pela tecnologia tem muita dificuldade em se fazer relevante para as pessoas e acabam virando commodities. A Apple tem o objetivo de encantar seus usuários, meio como o Flautista de Hamelin mas tudo bem…

E aqui vem um lembrente. Sendo a tecnologia de desenvolvimento MUITO rápido as vezes ela pode mudar as regras do jogo de uma hora pra outra, tanto para os negócios quanto para a sociedade, as pessoas não pararam de usar cavalos por que todos morreram, e criar cavalos não é mais um negócio tãããão disceminado, a forma de organização da sociedade foi transformada pela existência do carro, que dado os problemas ambientais de hoje em dia comprova uma ideia que eu tenho de que inovação guiada apenas por tecnologia, via de regra, é insustentável.

Aí vocês pensam “OK Fernando, então quer dizer que além da faculdade de Design eu devo fazer uma faculdade de ciências sociais, um mestrado em antropologia, um MBA em administração e um mestrado em Tecnologia da Informação ou alguma engenharia?”. Se você acha que conhecimento só se adquire em sala de aula amigo, seu problema é bem maior.

Leia, veja palestras, entre em sites. Estamos na era da informação disponível, você só precisa saber as palavras certas, as tags, que deve buscar.

Pra ser sincero essa é a maior contribuição do “design thinking” hoje ser uma tag EM INGLÊS para juntar os designers/não-designers do MUNDO TODO que não consigam mais olhar para o modo de projetar de um Fernando/Humberto Campana, de um Karim Rashid sem pensar “cara… tem alguma coisa de errado nisso”.

Por que “Design Thinking” é diferente de “Design” ou da tradução com cheirinho de seção da tarde “Desenho Industrial”?

Se você acha que não tem diferença é por que não conhece o assunto ou nunca trabalhou num projeto com essa pegada. Me desculpem designers, mas é a mais pura verdade, já estive do lado de lá trabalhando com gráfico, produto, moda e interiores e posso dizer com pompa e circunstância, é outra coisa.

Venho comparando o nascimento disso que chamamos “design thinking” a “saída” do design do mundo da arquitetura. Aliás, até hoje tem gente que acha que a arquitetura fornece todo o conhecimento necessário para fazer projetos de design. Também já discuti e trabalhei com pessoas com essa linha de pensamento e digo de boca cheia:

NEM A PAU JUVENAL.

Alguns arquitetos até se desenvolvem e podem sim atuar como desigers, e muito bons devo dizer, com exemplos como do Petzold e Bonancini que já faziam design no brasil antes do Wolner começar a ESDI. Mas daí a dizer que o conhecimento fornecido pela arquitetura habilita a ser designer meu amigo, são outros 500. Seria como dizer que por que pelo fato de uma boa quantidade de médicos sabe consertar seu carro uma faculdade de medicina habilita a ser mecânico. Tenham dó.

The so called Design Thinking soluciona problemas muito, mas muito, MAS MUITO mais complexos do que julga a vossa vã filosofia.

Ontem estava conversando com Thiago Fontes, sociólogo, mestre em técnicas de pesquisa e “Design Thinker” por assim dizer. Ele levantou (e concordo plenamente) que o que se convencionou a chamar de Design Thinking é uma forma de pensar que SIM já existia antes da IDEO usar como marketing deles, SIM é uma grande técnica/ferramenta/abordagem, SIM gera resultados que de outras formas nunca apareceriam e que se tudo der certo desaparecerá dentro em breve (ele aposta em 5 anos) para ser uma forma padrão de pensamento em projeto.

Vocês podem perguntar “Tá, então pra que usar o nome marotinho?” e eu respondo: Para quando eu falar com alguém sobre projetar algo ele entender que é esse tipo de projeto e não fazer cadeira que ninguém consegue sentar e são mais caras que uma casa, basicamente, ele entender que está falando com Fernando Galdino não Fernando Campana.

E a todos amigos profissionais etc que fazem design de estilo/assinado/ilustração/etc. RESPEITO VOCÊS SIM, mas vocês tem que entender que design thinking É SIM UMA ÁREA NOVA, que as habilidades necessárias nesse setor são MUITO diferentes das necessárias para ser um designer da forma como vocês conhecem. Como exemplifiquei antes, quando pensar em argumentar que design thinking é só balela e mimimi pense em conversar com um ARQUITETO (ou Públicitário para os designers gráficos) e ouvir dele que “design? ihhh, eu sei fazer, todo mundo que é formado em arquitetura/publicidade pode trabalhar como designer”.

Tão entendendo que o buraco é mais embaixo?

Agora aos que entendem a situação e quiserem conversar sobre essa nova área, essa nova aplicação para o pensamento criativo aliado a capacidade prática de desenvolver soluções muito além de “logomarcas” e produtos bunitinhos, estão convidados.

Alguns links relevantes para a conversa:

Roger Martin – Teórico de business que defende e discemina o Design Thinking como grande ferramenta de inovação em palestra na AIGA.

David Butler – Designer que se revoltou com essa postura de artista mimado do mundo do design, decidiu que bons designers devem entender de negócios e hoje é Chief Design Officer da Coca-Cola (caso não entenda, isso significa que ele se reporta DIRETAMENTE ao CEO e não está a baixo do MKT por exemplo), ou seja, toda essa reformulção que a Coca passou nos últimos anos em produtos/processos/marca não foi feito com o velho pensamento do designer artista, solitário e dono das ideias, mas através do que se padroniza chamar de deisgn thinking, goste você ou não. Assista a palestra dele também no evento da AIGA.

E outro divisor de águas Tim Brown da IDEO que, gostemos ou não, é uma das grandes responsáveis por hoje o designe ser visto pela alta cupúla das empresas como algo de extrema importância para estratégias de inovação.

Luis Arnal, CEO da in/situm (onde trabalho atualmente) fala sobre pesquisa, essa parte tão relevante e muito diferente do que é feito usualmente por designers (quando feita) e com olhar específico para américa latina, muito sobre o Brasil já que diferente da maioria das empresas da área temos escritório aqui. Pra constar, a palestra é muito engraçada, o Luis é uma figuraça.

Luis Arnal: Field Stories from Latin America, IIT Design Research Conference 2008 from IIT Institute of Design on Vimeo.

UPDATE

Video sobre o processo de Design thinking da Stanford documentado pelos próprios alunos.

As principais diferenças que eu digo existir em relação ao processo de design usual (participação do usuário e prototipação constante).

Enjoy.

Fernando Galdino – Formado em Design de Produtos pela UEM, Ecodesign pela UNINDUS (SENAI/FIEP PR) e estudioso incontrolável de gestão, empreendedorismo, inovação, antropologia, tecnologia e o que mais for necessário para desenvolver soluções complexas de forma simples.

Adendo Sobre dinheiro.

Antes de algum hippie que vive em uma fazenda de permacultura vir me jogar pedras quero lembrar da lição que um economista me deu. Dinheiro nada mais é do que a sociedade (SIM, a sociedade) te dizendo “olha, você me fez um favor, pegue estes pedaços de papel e pode me cobrar o favor de volta”. “AH, mas traficante de drogas, político corrupIto, etc. fazem mal a sociedade” SIM, FAZEM, mas estão entregando o que a sociedade PEDIU, se você continua fumando sua macoinha, dando sua cheiradinha e vendendo seu voto, amigo, vai ter alguém tirando o sustento disso pode ter certeza.

Como diz o Caíto do AntiPropaganda

Me processa.

Publicado por Fernando Galdino

Acredito que o Design pode ser muito mais do que escolher tamanho de fonte do corel e cor de acabamento. Acho q essa atividade é totalmente dispensável da vida humana, porém pode melhorar qualquer tipo de produto, serviço ou outra atividade quando aplicada ao processo (sério). Eu acredito no direito de falar o que eu penso, com as informações que eu tenho. Acredito no direito de estar errado e de assumir que não sei de muita coisa, mas tô disposto a compartilhar esse pouco com quem quiser visitar este periódico vez por outra. "No fundo no fundo... bem lá no fundo... se torna raso" Benedito Galdino

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