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Meta-se

Tive esse estálo durante o N Design PE numa conversa com a Renata Cony de POA, guria fora de série. Falando sobre várias coisas, sobre empreendimentos e de como tocar essa vidinha de designer liguei esses pontos.

Cheguem mais.

A algumas semanas estava conversando com Mauro Alex sobre design, o unverso e tudo mais. Ele é um cara que saiu da UFBA fazendo uma mobilidade com a UFPR e veio passar frio em Curitiba. Nessa brincadeira ele começou a se envolver com sustentabilidade, trabalhou como monitor em um P&D (pq não tinha grana para se inscrever) e acabou conhecendo algumas pessoas importantes, entre elas o Vezzoli, e depois de um tempo acabou conseguindo ir estudar 6 meses no Politécnico de Milão e numa mistura de coincidência e preparo reencontrou a dona do Econcept pediu um emprego e ficou mais 6 meses trabalhando na Alemanha.

Hoje tem dois documentários produzidos pelo seu estúdio, o Boana, e dá aula no IFSC em Floripa.

Estou rasgando seda? Não. Isso é pra puxar o assunto, mas antes vamos para algo completamente diferente.

Em 2006 participei da organização do R Design Sul em Cianorte. Nós já haviamos feito uma semana acadêmica e tivemos a ideia louca de fazer um R em Cianorte, cidade pequena, no interior do Paraná, com pouca infraestrutura, nenhuma tradição em design (o curso tinha acabado de formar a primeira turma). Mas nós tinhamos uma proposta, levar o espírito amalucado que aquela realidade de crianças grandes sem nenhum adulto pra tomar conta (tipo pessoal da UNESP em Bauru) poderia sulcitar. Resumimos nossas idéias em Experimentalismo – ser inovador mesmo sem saber ao certo onde vai dar, e Empreendedorismo, dar a cara a tapa, botar pra fazer! e que traduzimos no tema/slogan Érrre! Design.

Érrre era o convite ao fazer, ao confiar no próprio taco sabendo que o erro é parte do processo.

Bem.

Nisso quero trazer um conselho, que é coisa de um idoso de 25 anos, mas que acho muito válido. Juntando as duas coisas e inspirado no Design-se do amigo Armando Fontes:

Meta-se!

Sentido 1: Crie metas, de preferência semi-inalcançaveis.

Sei que a história do Mauro parece coisa de sortudo que aproveitou, mas não é só isso. Ele foi visualizando o que era possível e caminhando em direção a algo maior, ele sabia que a UFPR tinha vários convenios com universidades de fora, ele conhecia algumas pessoas de Curitiba graças aos Ns e Rs e ele foi competente no processo.

A meta pode não ser muito definida, e é até melhor que não seja, ela deve ficar mais como uma búsula que aponta uma direção, não como um mapa que dita qual caminho exato a percorrer, entender? Pq muitas vezes vão aparecer obstáculos e você vai ter a impressão de que está indo na direção errada e que as coisas não estão como deveriam, um sentimento normal mas que fica ainda mais angustiante quando você um plano muito fechadinho, um mapa com qual estradinha pegar, já com sua bússula a coisa fica mais tranquila, vc pode até fazer desvios, mas consegue ver que, de forma geral, está na direção certa.

A alguns anos eu decidi que queria ser um cara de sucesso aos 25 anos  (que completo no próximo dia 14). Não sabia ao certo o que significava esse sucesso, se era estar nadando em dinheiro, se estar com uma mulher maravilhosa, ou se escrever num canal abrangente sobre Design, meu principal interesse. Posso dizer que atingi minha meta e que ddo meu ponto de vista me sinto um cara muito bem sucedido pela idade e background que tenho (você estar lendo isso nesse momento faz parte desse sucesso maluco, mais sobre conceitos “malucos” de sucesso com nosso amigo Alain de Button)

Sentido 2: Faça!

Sabe quando você anda por aí e vê aquela marca ruim e pensa “eu faço melhor que isso”, ou aquele produto malacabado, mau posicionado no mercado, com ergonomia mal resolvida vem aquela ideia “bah, certeza que eu consigo mandar muito melhor”. Digo uma coisa. ENTÃO MANDE!

Uma das armadilhas do conhecimento, ao meu ver também uma das grandes qualidades, é que quanto mais sabemos sobre o mundo, mas percebemos o quanto nosso conhecimento é pequeno – para cada resposta encontrada aparecem mais duas perguntas – e aí podemos travar. Achar que não temos a capacidade para fazer o quer que seja, que ainda não sabemos o suficiente, e aparece o medo, quando se aplica a  sustentabilidade então…

Mas os ignorantes não tem esse problema, eles estão aí, fazendo, fazendo e fazendo. Se nosso mundo está essa droga é pq pessoas ignorantes não tiveram o medo que os inteligentes tem, eles não ligam, não tem medo de tentar, de colocar a ideia deles na berlinda, e acaba que muitas vezes essas ideias são acatadas PELO SIMPLES FATO DE NÃO TER UMA MELHOR!.

Então se você tem o conhecimento, sabe como fazer, vá atrás, deixe claro a que veio, tome seu espaço (lógico, sem virar um imbecil no processo).

Histórinha.

Quando estava estudava na UEM em Cianorte não tinhamos uma maquetaria/oficina decente e quando precisei fazer o protótipo do móvel infantil Rafa precisei me virar. Procurei uma marcenaria da cidade, (depois descobri ser uma das melhores) a Fábrica de Móveis Costa, conversei sobre fazer o protótipo, o preço era bom, fechei. Enquanto acompanhava a fabricação percebi que não havia ninguém projetando e perguntei ao proprietário que me atendia,  Sidiney “E aí, como vcs fazem com projetos por aqui?”, ele me mostrou várias perspectivas de cozinha feitas a mão, preto-e-branco, 1 ponto de fuga, clássico estilo “sou arquiteto”, realmente na maioria eram arquitetos que faziam os projetos como freelancer a um preço bem salgado. Daí eu perguntei com essa cara lavada que Deus me deu:

“E como eu faço pra trabalhar aqui?”

Sidiney: “Você sabe fazer projeto de cozinha assim?”

Eu, mais cara de pau ainda: “Não sei, nunca fiz”

Ele rascunhou uma planta baixa, algumas medidas e os móveis. Na época eu estudava 3D max e Solidworks (q ainda tinha uma apresentação muito ruim e era pra lá de burocrático). Modelei em 3D Max. Eles gostaram, investiram em um PC novo. Trabalhei lá por 8 meses, largando para fazer o TCC, ajudar na organização do tal do Érrre Design e me formar (pois já sabia que não ficaria em Cianorte). Até hoje tenho uma grande amizade por eles e um veterano meu, Marcelo, projeta atualmente.

Eu não sabia se era capaz, mas calculava que sim, era uma oportunidade. Muita gente também protótipos lá nessa época e ninguém trabalhou lá. Perceba as oportunidades, aproeite-as, acredite no que você sabe e no seu potencial, ora bolas!

Frigir dos ovos:

Meta-se

Crie metas para si mesmo e meta-se a alcança-las.

Fernando Galdino é Designer de Produtos pela UEM, Ecodesigner pela UNINDUS e atualmente projeta máquinas de lavar profissionais. Além disso, fala de si mesmo na terceira pessoa o que o faz se sentir meio maluco.

Publicado por Fernando Galdino

Acredito que o Design pode ser muito mais do que escolher tamanho de fonte do corel e cor de acabamento. Acho q essa atividade é totalmente dispensável da vida humana, porém pode melhorar qualquer tipo de produto, serviço ou outra atividade quando aplicada ao processo (sério). Eu acredito no direito de falar o que eu penso, com as informações que eu tenho. Acredito no direito de estar errado e de assumir que não sei de muita coisa, mas tô disposto a compartilhar esse pouco com quem quiser visitar este periódico vez por outra. "No fundo no fundo... bem lá no fundo... se torna raso" Benedito Galdino

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